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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

BULLYING: O QUE TEMOS COM ISSO? ( BULLYING: WHAT DO WE HAVE WITH THAT?)

POR MARI MONTEIRO




Como professora de Ensino Fundamental I, II e Médio eu já presenciei, lamentavelmente, inúmeros casos de bullying. E isso não é de agora. Acontece há décadas. É que, quando “ganhou” este termo em inglês, ganhou mais notabilidade.  Têm uns 15 anos, um a aluna chegou pra mim e disse:

- Professora, aquele mininu ali tá bulinando ni mim! (sic)
 

Pois é já era o tal do bullying, mas falado na nossa língua. Após conversar melhor coma  garota, entendi que o garoto estava enfiando o lápis no cabelo dela e dizendo que tinha ficado preso, porque o cabelo dela era crespo. Parece pouco não é? Mas, não é. Para uma criança que só conhece bonecas e personagens de TV com cabelos lisos e soltos, isso causa desconforto.  E prestem atenção ao tempo verbal usado por ela: “BULINANDO”; ou seja, estava acontecendo... Não foi uma vez, foram várias até que  ela me falasse.
 


Em momentos similares, em minha concepção, já cabem providências como debates; rodas de conversas sobre diversidade  e sobre aceitação. Mas, na maioria dos casos, a cena  se resume a uma bronca pública como:

- “Fulano, pare de mexer coma  colega!”


E a gente, ingenuamente, pensa que  resolveu a situação. Não resolvemos não apenas este caso, como borbulham outros tantos  e diversos nas salas de aula. E, pior, apesar de o bullying ser uma prática diária nas escolas (e na vida social...) em qualquer idade, o assunto só vem à tona quando ocorrem tragédias decorrentes do tema. Passados alguns dias, retomamos nossa rotina de indiferenças. Fingimos que não vimos isso em casa ou na escola; fingimos que não é conosco ou com nossos parentes.
 



O agravante maior é IGNORAR OS SINAIS.  Aprendi nestes anos de experiências algumas ”coisinhas” valorosas:
 
- Todos sofrem bullying, inclusive adultos e os PROFESSORES.

- As consequências do sofrimento de bullying se agravam com  achegada da adolescência.

- Cada indivíduo lida com o isso de forma diferenciada: uns se isolam; outros se tornam mais agressivos e reagem verbal ou fisicamente.

- O bullying pode  ser praticado até mesmo de forma “silenciosa”, apenas com olhares de reprovação.

-  Nenhuma vítima de bullying “surta”  sem dar “sinais”.

- Conversas em casa e na escola ajudam muito na compreensão “do diferente” e da prática do respeito mútuo.

- Existem diversos filmes e documentários que tratam de Bullying  e  de Cyberbulling. Aqui mesmo no blog, existem algumas recomendações feitas em artigos anteriores.
 

Outro aspecto a se pensar é que a diminuição da proximidade e do diálogo entre as pessoas (seja na  escola ou fora dela) está contribuindo muito para que a vítima de bullying “se feche” e não tenha coragem de falar sobre o assunto com ninguém. Tal comportamento aumenta a possibilidade do surgimento de transtornos comportamentais, depressão e síndrome do pânico, podendo avançar para consequências graves.
 

Obviamente, este pequeno artigo não encerra as discussões e nem resolve o problema; mas, fica o espaço para discutirmos de modo cada vez mais consciente o tema e não deixar que mais vítimas sofram com isso. Este espaço é nosso!!!
 
 


segunda-feira, 9 de outubro de 2017

CRIANÇA SENDO CRIANÇA (CHILD BEING CHILD)

POR MARI MONTEIRO



Certa vez ouvi (não me lembro d e quem) que “temos apenas sete anos para ser criança e o resto da vida para sermos adultos.” Desde então, sempre penso nisso.  Outra coisa que ouvi -  e esta mais recente, numa pesquisa divulgada pela mídia – é que  idade mínima RECOMENDAVEL para que uma criança tenha um tablet; Ipad; celular etc é DOZE ANOS.

As propagandas do dia da Criança – nos canais por assinatura – incluem CELULARES e IPads como sugestões de presente.  Não que eu seja radicalmente contra o acesso das crianças a aparelhos eletrônicos, afinal eles nasceram na Era Digital. A questão é o quão patético é você ver pais  e filhos; inclusive, em eventos, cada um no seu celular... Apáticos, sem trocar palavras. Já sei. Vão dizer: “Lá vem a Mari com  a história do EQULÍBRIO!” Sim, Insisto há que se dar um jeito nisso. Logo não conseguiremos mais conversar com nossos filhos e netos pessoalmente.

Reparem numa criança de 3, 4, 5 anos... Assistindo vídeos no celular. Eu reparo nisso. Gente é MACABRO. Nem piscam. A gente precisa chamar três ou quatro vezes pra criatura perceber que estamos ali. E os olhos? Percebam que ficam “secos”; absortos... E,  junto com vídeos, milhares de anúncios eficazes para fixar o “CONSUMISMO TOUCH”.




Além disso, já presenciei em vários lugares e em situações diferentes, adultos "dando" o próprio celular para a criança se "entreter". Outro dia esta cena no consultório médico: a criança não tinha dois anos ainda, ficou inquieta no colo e a primeira coisa que a mãe fez foi ligar o celular num joguinho barulhento e colocar nas mãos da criança. Pronto. Fez se o silêncio!


E o que isso tudo tem  a ver com o Dia da Criança? Tudo. Tenho certeza de que os pais que puderem presentearão  suas crianças com algum aparelho eletrônico. O que eu tenho a ver com isso? Nada. Apenas estou lhe convidando para pensarmos juntos.

Por outro lado, sou radicalmente contra  a ADULTIZAÇÃO e a EROTIZAÇÃO da criança. Ela simplesmente não tem mais parâmetros; o que equivale  a não ter escolhas. São bombardeadas com crianças com visuais de adultos, com tutorias de make e com coreografias de funk no Youtube.  Nós tivemos escolhas. Somos privilegiados. Conhecemos o analógico  e o digital. VIVENCIAMOS A TRANSIÇÃO. Eles não sabem o que é a pré internet.





Muitos dirão: "Mas os tempos são outros! Agora é tudo diferente e mais perigoso!" E eu direi: "Mas, ainda existem parques; terra. grama. espaço e algum,as árvores... AINDA. Quanto a ser um tempo mais perigoso, ficar "conectado", preso em casa, crescer atrás de uma telinha também tem certo, grau de periculosidade.


Enfim, a proposta é que pensemos juntos sobre o que  a gente faz ou deixa de fazer com as crianças não apenas no “seu dia”; mas “vezenquando”. A gente:
- Conta histórias?

- Lê livros pra eles antes de dormir?

- Brinca na praça?

- Anda de bicicleta?

- Solta pipa?

- Joga bola?

- Conversa sobre a escola  e sobre o dia?

- Estimula  a curiosidade?

- Desliga  a TV e propõe  uma brincadeira?

- Canta junto?

- Dança junto?

- Imagina desenhos nas nuvens?

- Vê o por do sol?

- Mostra a Lua?

- Vê retratos  e conta sobre sua infância?

- Ensina de onde vêm os alimentos?

- Pula  amarelinha?

- Faz uma “prece” junto? (nada  a ver com religião, mas com fé -  a fé que você acredita)

- Brincam com um pet? (nem que seja um  beta no aquário?)

- Toma banho de chuva?

- Explica de onde vem os alimentos?

- Ensina a valorizar toda forma de trabalho?

- Pula corda?

- Faz brinquedos em casa?

- Ensina cuidar do meio ambiente?

- Faz as refeições à mesa?

- Tem um balanço no jardim de casa ( ou na casa dos avós)

- Se preocupa em ter um quintal?

- Anda descalço na terra?

- Planta árvores ou flores? (Pode  ser um cacto pequenininho..)

- Colhe fruta do pé?

Então, não reclamemos e nem temamos o futuro do Planeta... Nós  contribuímos todos os dias para o aumento da INDIFERENÇA; para a “mecanização” das ações; para o descaso; para o silêncio e para dias obscuro e perspectivas duvidosas.
Eles não têm culpa!




quarta-feira, 4 de outubro de 2017

E TUDO MUDOU... (AND EVERYTHING CHANGED ...)



O rouge virou blush 

O pó-de-arroz virou pó-compacto 

O brilho virou gloss

O rímel virou máscara incolor 

A Lycra virou stretch 

Anabela virou plataforma 

O corpete virou porta-seios 


Que virou sutiã 

Que virou lib 

Que virou silicone 

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento

 

Escova virou chapinha 


"Problemas de moça” viraram TPM 


Confete virou M&M’s 

A crise de nervos virou estresse 

A chita virou viscose. 

A purpurina virou glitter 

A brilhantina virou mousse 

Os halteres viraram bomba 

A ergométrica virou spinning 

A tanga virou fio dental 

E o fio dental virou anti-séptico bucal 

Ninguém mais vê… 

Ping-Pong virou Babaloo 

O a-la-carte virou self-service 

A tristeza, depressão 

O espaguete virou Miojo pronto 

A paquera virou pegação 

A gafieira virou dança de salão 

O que era praça virou shopping 

A areia virou ringue 

A caneta virou teclado 

O long play virou CD 

A fita de vídeo é DVD 

O CD já é MP3 

É um filho onde éramos seis 

O álbum de fotos agora é mostrado por e-mail 

O namoro agora é virtual 

A cantada virou torpedo 

E do “não” não se tem medo 

O break virou street 

O samba, pagode 

O carnaval de rua virou Sapucaí 

O folclore brasileiro, halloween 

O piano agora é teclado, também 

O forró de sanfona ficou eletrônico 

Fortificante não é mais Biotônico 

Bicicleta virou Bis 

Polícia e ladrão virou counter strike 

Folhetins são novelas de TV 

Fauna e flora a desaparecer 

Lobato virou Paulo Coelho 

Caetano virou um chato 

Chico sumiu da FM e TV 

Baby se converteu 

RPM desapareceu 

Elis ressuscitou em Maria Rita? 


Gal virou fênix 

Raul e Renato, Cássia e Cazuza, 

Lennon e Elvis, Todos anjos Agora só tocam lira… 

A AIDS virou gripe 

A bala antes encontrada agora é perdida 

A violência está coisa maldita! 

A maconha é calmante 

O professor é agora o facilitador 

As lições já não importam mais 

A guerra superou a paz 

E a sociedade ficou incapaz… … De tudo. 

Inclusive de notar essas diferenças 

(Por Luis Fernando Veríssimo)



Que notemos sempre o que muda e o que nos faz mudar… Para melhor.


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