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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

BRASIL: TERCEIRO PAÍS MAIS IGNORANTE DO MUNDO (BRAZIL : THIRD COUNTRY WORLD'S MOST IGNORANT)

POR MARI MONTEIRO



Descobri que sou mais patriota do que pensava. Ao ler esta reportagem (mais detalhes no link a seguir) que diz somos o 3º país mais ignorante no Mundo, me entristeci. Tudo bem que as perguntas feitas estão um tanto distantes de nossa atual realidade; ou seja, uma realidade que nos assola com graves  preocupações e com temores relacionados ao futuro. http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/pesquisa-elege-brasil-como-terceiro-pais-mais-ignorante-do-mundo-6j7cjk2y5h19r8klog1hqko2e


Detalhes à parte, este é “apenas” mais um tema em que o Brasil ocupa um péssimo lugar no ranking mundial. Ocupamos péssimos lugares também em saúde pública; educação e segurança. Por outro lado,  somos muito bons em corrupção; em penas injustas; em impunidades; em perder para a Seleção Alemã... (rs).Enfim.


Fato é que o que menos precisamos agora é de notícias como esta: SOMOS IGNORANTES. SOMOS? Em minha opinião, lamentavelmente, somos. Há vários fatos e circunstâncias que comprovam isso. Reivindicamos as “coisas” erradas nos momentos certos, mas da forma errada. Exemplifico. Na questão política; por exemplo, ao invés de lutarmos pela NÃO OBRIGATORIEDADE DO VOTO; de pesquisarmos sobre os candidatos antes de votar, a gente os elege, reelege e, depois, queremos bons resultados. A gente espera até tudo transbordar pra, depois, se dar conta de que estamos na merda. É como colocar uma tranca nova numa porta arrombada.


Mais um aspecto que contribui para essa nossa “fama”: a descarada desigualdade social. Habitamos um país imenso, com muitos recursos (pelo menos, eram muitos...), no qual a minoria (geralmente através de engôdos políticos) detém muito dinheiro. E sabemos que é dinheiro sujo. DINHEIRO ROUBADO. Enriquecimento ilícito é coisa antiga neste país.


Retomando a pesquisa que diz sobre nossa ignorância; assim como alguns leitores comentaram, eu também pensaria em outras questões para apurar o “tamanho da nossa ignorância”.  Como, por exemplo:

- Você conhece os governantes de seu país?
- Qual é o regime político adotado no Brasil?
- Você realiza algum tipo de pesquisa sobre os candidatos nos quais vota?
- Quantas pessoas sem emprego você conhece?

Contudo, a partir das perguntas acima, talvez o resultado fosse ainda pior; pois, apesar do amplo acesso às informações, nos falta o mais importante: INTERPRETÁ-LAS. Neste caso, talvez fôssemos os primeiros colocados...





Na verdade, esta reportagem é só um gancho para falar um pouco do que estamos passando. Exatamente hoje, vivemos um capítulo que se, por um lado mostra a força do povo brasileiro; por outro, nos envergonha histórica e socialmente. Viramos, literalmente, PIADA no EXTERIOR e há mais de décadas Renato cantava: “TERCEIRO MUNDO SE FOR. PIADA NO EXTERIOR.” Mal sabia ele que seríamos mais que isso... Que nosso país cairia em DESCRÉDITO MUNDIAL.



No impeachment de Fernando Collor, provavelmente por conta da tecnologia de que dispomos agora, tudo pareceu mais lento e “distante”. Mas, desta vez, ás coisas acontecem dentro da nossa casa. Sabemos de tudo em tempo real. E, desta forma, tudo parece mais aflitivo. Pode ser que existam pessoas alheias a tudo isso... Não sei. Mas, a grande maioria de nós está acompanhando tudo de muito perto. O que, particularmente, faz com que o brasileiro se sinta mais angustiado para ver a resolução (ou indícios de uma possível resolução) de tantos problemas. A impressão que tenho é que dormimos num país e acordamos num lugar pior, ética e politicamente falando.


Isso sem contar a instantaneidade com que os fatos viram "memes" na internet. Quase simultaneamente, os políticos e os respectivos escândalos são postados nas redes sociais e ganham espaço, virando polêmica ou piada dependendo do leitor. O aspecto positivo disso é que, querendo ou não; brincando ou levando a sério; muito mais pessoas “discutem política” hoje do que alguns anos atrás.



E, mesmo depois de hoje (dia da votação no Senado Federal), ainda teremos muito que fazer. Há muito a percorrer até que possamos retomar certa estabilidade econômica e isso, não sei quanto a vocês, mas me atinge de forma muito pesada e incisiva. Minha preocupação com o “PLANETA DO NETO DO MEU FILHO”, agora, cedeu lugar para o “BRASIL DO MEU FILHO” tamanha incerteza sobre o futuro. Por exemplo, digamos que pudéssemos realizar uma eleição direta daqui a três meses, qual seria seu candidato? Porque eu não tenho ninguém em mente. Por onde olho só vejo sujeira. Não consigo pensar em ninguém capaz de minimizar impactos; de estancar este efeito dominó que envolve desemprego; alta da inflação etc. A propósito, sei de casos de suicídio por dívidas, pessoas que trabalhavam e honravam seus compromissos e não conseguiram mais pagar suas casas, prestações, alimentos etc.  Conheço pessoas que  estão deprimidas por conta da falta de emprego e, pior, pela falta de esperança.



Enfim, o país está um puteiro no que se refere à governabilidade; à ética e à credibilidade. Usei o verbo “estar” e não verbo “ser” de esperançosa que sou. Fico imaginando vivos: Ariano Suassuna; Darcy Ribeiro; Rubem Alves; Paulo Freire... E tantos outros. Que tristeza! De minha parte, assumo que sinto nojo de tudo isso. Amo meu país; mas, se pudesse, iria embora daqui por uns dez anos... Isolaria-me intencionalmente, pra ficar sem noticias e voltaria dez anos depois pra ver no que tudo se transformou...  Minha esperança é que, parafraseando meu avô, “nada fique como antes no quartel de Abrantes”.


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