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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

ENQUANTO ISSO NA SALA DE JUSTIÇA: CAOS EM BRASILIA (WHILE THIS IN THE ROOM OF JUSTICE: CHAOS IN BRASILIA)

POR MARI MONTEIRO


De uns tempos pra cá, até por conta do acesso rápido e fácil às informações, desnudaram-se os bastidores da política no Brasil (ou seria “da politicagem”). O que  é MUITO BOM.

Ontem, 29 de novembro,  eu estava eu vendo  pela TV, ao vivo, o quebra-quebra em Brasília, que  se estenderia pela noite afora.  Lado bom: temos mais consciência do que é correto; estamos analisando leis; pressionando; participando... Lado mau: o vandalismo; a truculência...

Ocorre que as DEZ MEDIDAS CONTRA CORRUPÇÃO estão sendo discutidas e posteriormente serão votadas na Câmara Alta do Parlamento. O que se percebia eram  um completo caos  e nenhum diálogo consistente. O medo que impera entre os políticos (já denunciados ou não é visível). Ninguém com “pulso forte” suficiente (entenda-se alguém com moral e com  ética para tal) para fazer com que as medidas sejam votadas de modo a restabelecer a ordem e dar continuidade efetiva às operações implementadas pelo Ministério Público.

Mais cedo, inclusive, o Juiz Sergio Moro pediu apoio à sociedade para que ficássemos atentos às armadilhas que limitem o Poder Judiciário... Pois, caso contrário, corremos o risco de haver punição aos magistrados por abuso de poder.



Um ponto: onde já se viu PUNIR QUEM QUER FAZER JUSTIÇA? E a anistia do Caixa Dois, que beneficiaria, inclusive, pessoas já condenadas pela Lava- jato? É vergonhoso que isso careça de discussão. Seria para votar  e pronto! Mas, e honestidade para isso? Cadê?



Enquanto isso, lá fora, na Esplanada dos Ministérios: bombas, carros incendiados. Ministérios depredados, destruição de patrimônio público, cavalaria, gás de pimenta etc. Não entendam isso como uma defesa ao vandalismo, pelo contrário, sou a favor de MANIFESTOS PACÍFICOS E INTELIGENTES. Porém, nosso país chegou numa situação  tal  em que o cidadão (me incluo) sente-se um completo idiota; como uma pessoa SEM VOZ, que mesmo gritando não é consegue ser ouvido, imerso em uma bolha inflada com desemprego; falta de condições básicas de sobrevivência; sem perspectivas de futuro para si e, muito menos, para os  seus, para a próxima geração...



Pois bem, o dia amanheceu. São 10h09 minutos e... Adivinhem: de agora em diante NÃO HAVERÁ PUNIÇÃO PARA O MAGISTRADO POR ABUSO DE AUTORIDADE. E, pasmem!!! Há  parlamentares satisfeitos afirmando que o Brasil avançou politicamente. Sério isso? É de chorar de tristeza e de vergonha.

Só consigo me lembrar da letra de Renato Russo “Que país é esse?”, escrita há décadas, que – insisto, NÃO É CLICHÊ! É UM CLÁSSICO! E, mais precisamente dos versos:


“Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação.”




Por agora já deu... Sinto náuseas... Volto logo menos com mais acontecimentos. Com notícia do estado de “saúde” do Brasil que continua cada vez mais doente na UTI; isso é, se os políticos não desligarem os aparelhos antes.




domingo, 27 de novembro de 2016

SOBRE A SAÚDE MENTAL E FÍSICA DO PROFESSOR – PARTE I (ON MENTAL AND PHYSICAL HEALTH OF THE TEACHER - 1st CHAPTER)

POR MARI MONTEIRO



Não é a primeira vez que abordo esse assunto aqui no blog. As agressões aos professores são muito mais “corriqueiras” do que parecem. Isso porque  a mídia deve estar ocupada demais com os escândalos políticos e com a crise econômica.  Porém, quando ocorre o contrário; ou seja, quando um professor agride verbal ou fisicamente um aluno, a notícia  alcança maior destaque.


Conflitos em sala de aula sempre houve. Ocorre que atualmente  a coisa degringolou de tal forma que não  nos ocupamos mais em ensinar, mas sim em nos preocupar em “apagar incêndios”.  Os conteúdos de ensino cederam lugar às mediações de conflito; às conversas sobre comportamentos que não são aceitos em sala de aula (ao menos não deveriam ser) etc.




Neste exato momento, estou concluindo meu artigo de pós-graduação cujo título é: “QUALIDADE DE VIDA DO DOCENTE NA REDE PÚBLICA DE ENSINO”; logo menos  estará postado por aqui na íntegra.  Fato é que, ao elaborar a discussão sobre  este tema, fiquei assombrada com a FALTA DE MATERIAL a respeito da saúde do professor; principalmente, sobre as causas das doenças que acometem o docente, geralmente em decorrência de traumas  advindos de agressões verbais e/ou orais e, acreditem, agressões físicas!




Em tempo, no caso da Professora Daniela (detalhes no link abaixo), percebemos até onde pode ir a  falta de respeito com o outro. E o que fazer com o aluno agressor? Cadê os Direitos Humanos? E esta professora contará com auxílio psicológico antes de retomar suas atividades? Vamos  falar sério: vão falar  que  o aluno está amparado pelo  ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e ficará por isso mesmo como tantos outros casos. Pois bem, e que ampara o professor? NIN – GUÉM.


Não sei se por COMODISMO; se por INDIFERENÇA ou se por FALTA DE VONTADE... Continuamos a levar nossas vidas fingindo que nada acontece.  Com certeza já tem um profissional substituindo a professora que foi hospitalizada... Tudo para que os alunos NÃO TENHAM PREJUÍZO e que se cumpra o mínimo de dias letivos exigidos na Lei. E fingimos que está tudo bem. Fingimos MUITO... Fingimos que nenhuma escola está ocupada; que o salário de professor é suficientemente “BOM” (tão bom que onera os cofres públicos); que é um trabalho tranquilo... E a lista segue...




Não consigo me  aquietar e muito menos “me acostumar” a situações de violência (de qualquer tipo). Tenho amigos professores que sofreram agressões serias; inclusive, um deles enfartou na sala de aula na frente dos alunos; outros trabalham completamente descontrolados ao ponto de chorar em sala de aula... Pergunto-me em quantas profissões acontece isso. Certamente todas têm seus riscos... Também é verdade que toda “empresa” tem um departamento de Recursos Humanos a quem o profissional pode recorrer. O que não temos na Escola. Podem me perguntar: “E A GESTÃO?”. A Gestão está tão perdida e mergulhada na burocracia que  prioriza a “parte técnica do sistema”, além de estar meio que de mãos atadas por conta de tanto “AMPARO” ao menor de idade.  



Enfim, lidar com SERES HUMANOS (sejam crianças ou adolescentes) NÃO PODE SER ASSIM.  Já passou da hora de reivindicar QUALIDADE DE VIDA; um professor “doente” mental ou fisicamente não SENTE PRAZER em trabalhar, a menos que ele seja um socipopata ou muito masoquista.  Mas, a grande questão é: QUEM SE IMPORTA? Voltaremos a conversar sobre isso em breve.


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

FILME RECOMENDADO: “O REGRESSO” – PROJETO “CINEMA EM CENA” – (RECOMMENDED FILM: "THE REVENANT" - PROJECT "CINEMA IN SCENE")

POR MARI MONTEIRO



Trata-se de um filme forte, no sentido mais amplo da palavra. O instinto de sobrevivência e a sede por vingança constituem os enfoques principais do enredo que nos prende, inclusive, pela fotografia belíssima. Outro aspecto que me chamou muita atenção foi a capacidade que o filme possui de nos fazer sentir “junto com o protagonista”. Isso porque é tudo muito bem cuidado: o barulho da chuva, das águas, do vento nas árvores, do fogo... Foi possível sentir frio e “ouvir” o gelo derretendo. Além disso, é impossível ficar indiferente às cenas e ao calvário do protagonista. Tudo nos convida a questionamentos como: “nossa relação com a Terra” e nosso GRAU DE CIVILIDADE (o quanto evoluímos ou não...).

Outro aspecto:  ATENÇÃO À CENA DO CAVALO... Em minha opinião, um das cenas mais fortes do filme.  Sinta-se à vontade para comentar e registrar sua cena preferida.

Para que possam ser realizadas ATIVIDADES  PEDAGÓGICAS relacionadas ao filme, contemplando o PROJETO: “CINEMA EM CENA”, seguem as principais informações e sugestões de temáticas/áreas de ensino.

SINOPSE: Não recomendado para menores de 16 anos. 1822. Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) parte para o oeste americano disposto a ganhar dinheiro caçando. Atacado por um urso fica seriamente ferido e é abandonado à própria sorte pelo parceiro John Fitzgerald (Tom Hardy), que ainda rouba seus pertences. Entretanto, mesmo com toda adversidade, Glass consegue sobreviver e inicia uma árdua jornada em busca de vingança. Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-182266 - acesso em 21/11/2016.  


"Durante a tempestade, se você olhar para os galhos de uma árvore, você irá jurar que ela vai cair, mas se olhar para o seu tronco, verá a sua estabilidade" (Citação do filme) 
 

Vencedor do Oscar 2016 nas categorias: melhor ator ( Leonardo DiCaprio); melhor diretor e melhor fotografia.
  

A história de Hugh Glass gerou quatro livros e o último deles foi The Revenant, de Michael Punke, publicado em 2002. Não lançado no Brasil. O roteiro de O Regresso foi feito pelo próprio Alexandre González Iñárritu em parceiro com Mark L Smith. Iñárritu não poderia ter escolhido parceiro melhor. Smith é especializado em filmes de terror e suspense, como Temos Vagas (2007). A história ou a lenda de Hugh Glass já tem muito suspense e reviravolta por si só, porém, os dois conseguiram conectar os diferentes episódios de maneira que fizessem sentido e que todas as ações tivessem uma razão de ser. Até o ataque da ursa tem um motivo. Porém, fazem isso sem serem didáticos ou pedantes para com o público. O texto também desperta diferentes sensações e sentimentos nos espectadores, como surpresa, compaixão, ódio e ternura.



A direção de Alexandre Iñárritu em O Regresso justifica perfeitamente a sua indicação ao Oscar deste ano. A decisão dele em levar a equipe toda para lugares remotos no Canadá e Argentina, apesar de reclamações e irritações levantadas, fez toda a diferença. Elementos como a neve, a chuva, o rio e o vento demonstram como a natureza é um dos principais personagens desta trama. Esta deve ter sido a “integrante” mais difícil de lidar de todo o elenco, provavelmente.


Leonardo DiCaprio, também indicado ao Oscar pelo filme, demonstra mais uma vez a sua capacidade de interpretação. O seu personagem passa por situações dificílimas e ele só demonstra pela expressão, muitas vezes – como deve ser em uma boa atuação – todo o sofrimento e a angústia pelo qual está passando. Tom Hardy está bem também, interpretando um canalha. Hardy está ficando especialista neste tipo de personagem.




Já Will Poulter não está tão bem em seu papel, pois se comporta como em alguns personagens interpretados por ele. Ao contrário de Forrest Goodluck que, apesar da pouquíssima experiência cinematográfica, deixa transparece o trauma enfrentado pelo seu personagem e a afetuosa relação deste com o personagem de DiCaprio. Merecem destaque, também, os atores que fazem os índios das etnias Arikara e Pawnee, como Anthony Starlight, que interpreta o chefe do grupo da primeira, em seu segundo longa na vida; a atriz Melaw Nakehk’o, que faz a filha do personagem de Starlight e Arthur RedCloud, que interpreta o índio que acaba ajudando para Glass. Fonte:  https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/criticas/2016/02/critica-o-regresso - acesso em 21/11/2016) 


A partir do enredo do filme e de suas inúmeras provocações, é possível desenvolver atividades  destinadas ao ENSINO MÉDIO  relacionadas às seguintes áreas:

 - HISTÓRIA: a colonização pelos europeus  e Norte -  Americanos / Conflitos entre índios e brancos.

- SOCIOLOGIA: o machismo arraigado (cena do estupro).

- GEOGRAFIA: fenômenos da natureza; paisagens etc.

- FILOSOFIA: noções de civilidade e de barbárie; relações humanas.- Etc. 


Bom trabalho! Até o próximo filme!

 

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