Translate

EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

FIME RECOMENDADO: HUMANO (HUMAN DOCUMENTARY - Yann Arthus-Bertrand )

POR MARI MONTEIRO


O documentário: “HUMANO” consiste, sobretudo, numa oportunidade ímpar de nos tirar da zona de conforto; de nos fazer enxergar, através de diferentes olhares, os mais profundos e complexos pontos de vista. É, em minha opinião, um “soco na boca do estômago” de todos aqueles que se acomodaram com as condições humanas e que nada veem além do próprio umbigo.


O referido documentário pode, inclusive, ser amplamente divulgado nas escolas de todo o mundo. Primeiro, porque sua riqueza de abordagens histórica, geográfica e étnica oferece excelentes subsídios para debates e reflexões. Segundo, porque pode ser assistido por partes, de acordo com os interesses e metas de determinado grupo (vídeos disponíveis no youtube). E, por fim, porque, inevitavelmente, ao realizar qualquer tipo de trabalho/atividade em torno das imagens e dos depoimentos, estaremos aguçando o que temos de mais humano em nós: A NOSSA CAPACIDADE DE EMPATIA, DE NOS COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO E VISLUMBRAR, AO MENOS OS LAMPEJOS, DE SUAS DORES E DE SEUS SONHOS.





SINOPSE: Humano é uma coletânea de  histórias e de imagens de nosso mundo para criar uma imersão nas profundezas do ser humano. Através dos testemunhos cheios de amor, felicidade, mas também de ódio e de violência. HUMANO nos confronta com o “Outro” e remete-nos para as nossas próprias vidas. Desde o menor detalhe da vida cotidiana até  as histórias de vida mais surpreendentes, esses encontros comoventes, de uma sinceridade rara, destacam o que somos e a nossa parte mais escura, mas também o que há de mais bonito e mais universal em cada um de nós. A Terra é sublimada através de imagens aéreas inéditas acompanhadas por música, que refletem a beleza do mundo e oferecem-nos momentos de respiração e introspecção. Humano é um trabalho empenhado que nos permite abraçar a condição humana e refletir sobre o sentido da nossa existência.





Este documentário reúne uma coleção de testemunhos de pessoas em todo o planeta Terra em diversas situações da vida. O diretor entrevistou mais de 2000 pessoas em 65 países, para selecionar 110 delas. Os tópicos abordados incluem entre outros: o amor; a sobrevivência; a imigração; a homossexualidade; a coragem...


O diretor do documentário Yan Arthus-Bertrand (nascido em Paris, em 13 de março de 1946) é  fotógrafo,  jornalista, repórter e ambientalista francês. Ele pertence a uma família de renomados joalheiros, fundada por Claude Arthus-Bertrand e Michel-Ange Marion. Sua irmã Catherine é um de seus colaboradores mais próximos. Ele se interessou pela natureza e pela vida selvagem ainda na infância. Originalmente, sua especialidade era a fotografia de animais, mas logo a fotografia aérea mudou seu rumo; fez fotografias ao redor de todo o mundo.


Ele publicou mais de 60 livros com suas fotografias feitas em helicópteros e balões. Seu trabalho foi publicado várias vezes na Revista National Geographic e exibido em diversos países.


          

Arthus-Bertrand é um membro da "Académie des Beaux-Arts de l'Institut de France". Uma de suas fotos mais conhecidas é a de um manguezal com forma de coração na Nova Caledônia, que foi utilizada como capa para seus livros The Earth from the air e The Earth from above. (Wikipédia).


 Um dos depoimentos, selecionados por mim dentre todos que são igualmente relevantes, está o relato de Maria, uma " sem-terra " . Quando ela chegou ao acampamento Umberto Frei, no Brasil, ela não tinha nada , ela estava com fome . Mas ela teve ajuda . Ela começou a trabalhar nas colheitas de feijão,  milho ... Agora ela tem o seu campo, seu burro. Ela também freqüenta as aulas para aprender a ler e escrever. Ela é simplesmente feliz.




“Dormi no chão, dormi no mundo...”.

“Toda noite eu vou pra escola... Aí eu boto M, A, N... Eu trago dever pra fazer. Aí é nome de pessoa, de aves... Eu já com 55 anos e to aprendendo ler!” (SIC). 


As falas de Maria nos remetem à reflexão acerca da quantidade de brasileiros que se encontram na mesma situação que ela. E não é preciso se embrenhar pelos sertões do Brasil para encontrar outras “Marias”. Eu mesma, aqui no ABC Paulista, conheço duas Marias, pessoas relativamente próximas a mim.  Mulheres, com mais de 50 anos, que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever, que nunca foram ao cinema e que não conhecem nada além do trabalho pesado e do sofrimento cotidiano.


Portanto, sugiro que assistam o documentário na íntegra. Nada se perderá em sua mente. Cada depoimento, questionamento e imagem ocuparão um lugar em sua memória, seja pela INQUIETAÇÃO; pela SENSIBILIDADE, pela “JUSTA IRA” (expressão creditada a Paulo Freire) ou simplesmente, porque, de algum modo, ao assistir o filme nos sentimos parte dele. E, caso isso não aconteça com você, ouso dizer que ocorreu algo muito estranho na sua existência ao ponto de anular sua sensibilidade.  E, caso se emocione se indigne, se enfureça, esteja tranquilo, SOMOS HUMANOS!




COMENTE!