De tempos em tempos,
surge uma lenda urbana. De um modo geral, as lendas urbanas possuem como “pano
de fundo” os ambientes escolares. Tais fatos estão, de um modo geral,
relacionados a alguns mitos que ficam gravados para sempre no imaginário
popular. Trata-se de “causos” que são contados
há gerações. E, mesmo sem provas concretas sobre quaisquer tipos de lenda
urbana até o momento, o IMAGINÁRIO COLETIVO trata de trabalhar em prol daquilo
que deseja “tomar como verdadeiro”; ou seja, a pessoa que conta uma lenda
urbana, jura que aquilo, de fato, aconteceu. Quem viu? Não se sabe. Quem
contou? É sempre um amigo do amigo... E por aí vai. Segundo a Wikipédia,
as principais características de uma lenda urbana são: ► Uma forma narrativa (geralmente uma
pequena história, porém bem estruturada); ► Procura sempre se autenticar por meio de testemunhas e provas
supostamente existentes; ► As pessoas que as contam geralmente às ouviram de alguém e quando
repassam a história costumam confirmá-la como se tivesse sido vivida por ela
mesma. Adianto que este artigo não tem a pretensão de enfocar qualquer tipo de
crença; mas, sim, contribuir com o esclarecimento deste tema que se tornou um
viral na internet. Há dias nós, trabalhadores da educação (e todos os usuários
de redes sociais), nos deparamos com falas como: “Vamos à sua casa fazer a
brincadeira do Charlie?”; Leva os lápis pro recreio pra gente brincar!”Obviamente,
o teor das conversas varia muito de acordo com a faixa etária. Mas... A
temática é a mesma: O CHARLIE!
Fato é que as lendas urbanas atravessam
décadas. Quem de nós, adultos, não teve medo de ir sozinho ao banheiro por conta
da “LOIRA DO BANHEIRO”? E não ficou, no
mínimo, curioso acerca do “Chupa – cabras”? E a boneca do filme “Annabelle”? O que
diferencia as lendas urbanas “mais antigas” das atuais é a VELOCIDADE com que
os “boatos” se propagam com o “auxilio” da internet. Basta abrir qualquer rede
social e lá está a lenda urbana da vez: “O CHARLIE”. Seguida de milhares de
relatos e hashtags próprios.
Basicamente, o
desafio é muito parecido com o “JOGO DO COPO”, onde perguntas eram feitas e o
copo se movia rumo às letras para fornecer a resposta. A diferença é que no
desafio de Charlie, existem apenas duas alternativas: SIM ou NÃO. Outro aspecto que chama
atenção nesta “brincadeira” é o fato de que o suposto espírito é mexicano e se
chama “Charlie”. E os participantes, ao menos na maioria dos vídeos e
fotografias divulgados, escrevem as respostas em inglês. E, no momento da
brincadeira, as perguntas são feitas ou em Inglês; Português ou em Espanhol. Ou
seja, o espírito é poliglota. Brincadeiras à parte tem
se presenciado crianças assustadas com a brincadeira ou com o que ouvem a
respeito dela. Há relatos de crianças que não querem mais ir pra escola, porque
“Charlie” está lá. Há que se considerar que as crianças NÃO POSSUEM O MESMO
DISCERNIMENTO E NEM MATURIDADE que nós adultos. Daí a necessidade de
intervenção por parte de escolas e famílias no sentido de desmistificar o
“Desafio Charlie”. Sobretudo, porque a maioria das crianças que se assusta com
esta circunstância, desvia sua atenção, enfocando mais a brincadeira e o medo e
a adrenalina dela advindas do que as atividades escolares propriamente ditas.
Opinião esta que eu e Felipe Neto compartilhamos. Inclusive, segue um vídeo em
que ele diz isso e um pouco mais. Porém, CABE UMA ADVERTÊNCIA QUANTO AO VÍDEO:
NÃO RECOMENDO PARA MENORES; quanto a mim, concordo plenamente com ele! “MENOS
CHARLIE E MAIS ESTUDO”. Tal como as demais
lendas urbanas, esta também terá um “tempo útil”. Logo, todos se cansarão da
brincadeira em si e dos boatos acerca dela. Ou – quem abe? – antes, apareça
outra lenda urbana para tomar o lugar de “Charlie”. Enquanto isso não acontece,
vale a pena garimpar alguns vídeos que desmistificam o tema (há vários
disponíveis no youtube). Ou, quem sabe, para atenuar o medo das crianças
menores, encenar situações nas quais fique claro que algum participante REAL é
quem faz o lápis se movimentar, seja com a vibração da própria voz ou por estar
encostado na mesma etc. Enfim,
particularmente, considero, no mínimo, ESTRANHO que os EDUCADORES IGNOREM ESTE
ASSUNTO. É possível tirar muito proveito e aprendizado da temática lenda
urbana. Sem contar que a mídia já se encarregou da SENSIBILIZAÇÃO. O interesse
esta DESPERTO.