POR MARI MONTEIRO
Honestamente, não sei por onde começar este artigo. Porém, como
educadora que escreve num blog sobre EDUCAÇÃO, não posso e NEM QUERO me abster
ou ficar omissa neste momento. Mesmo
porque, acredito que o mínimo que cada um de nós pode fazer, enquanto cidadão é
POSICIONAR-SE e ASSUMIR SEU POSICIONAMENTO. O que não tem nada a ver com este
ou com aquele partido; mas, com o fato de achar NORMAL OU NÃO os acontecimentos
que, cada vez mais, nos pressiona contra um muro...
Bem antes das manifestações de hoje (15 de março), eu já
elaborava mentalmente este artigo. Porém, não tinha um tom tão político como
pode parecer. Tenho pensado no nosso país como
uma Pátria que vem perdendo, há muito tempo, a credibilidade política. Falta
ÉTICA e sobra CORRUPÇÃO.
Neste início de ano, em particular, me parece que as coisas
pioraram numa escala impossível de não ser percebida, mesmo pelos menos
atentos. Aumento de preços de
combustível; de energia elétrica; de impostos... Somados à Crise hídrica e a uma
iminente crise de energia elétrica; pátios abarrotados de veículos e por aí vai... Isso, a
meu ver, já é motivo bastante para uma preocupação com um futuro muito próximo.
A questão principal deste artigo; contudo, é que não
precisava de mais fatores para agravar a situação de um povo que, por si mesmo
e, quero acreditar, sem saber ao certo, já se desgastou o suficiente e, com
isso, está “enterrando” a si próprio.
Não temos mais PRINCÍPIOS; não CONVERSAMOS mais; nada mais nos
ASSOMBRA... Está acontecendo conosco o que de pior pode acontecer a um povo: ESTAMOS
NOS TORNANDO INDIFERENTES E AUTÔMATOS. Pode parecer paradoxal dizer isso num dia em que milhões de pessoas foram às ruas, mas a questão é muito mais profunda que sair às ruas.
A partir deste ponto do artigo e, colocados os fatos, minha escrita
toma um rumo um tanto mais humanista e até mesmo “espiritualista”. Acredito muito num clichê (ou dito popular,
como queiram), que meu paizinho costumava dizer: “CADA POVO TEM O GOVERNO QUE
MERECE!”. Se, agora, enfrentamos determinadas dificuldades, é porque a maioria,
literalmente, escolheu assim. Logo, o padrão vibratório desta maioria afeta a
outra parte que não escolheu a mesma opção.
Neste momento, me ocorre que existe uma
composição de Renato Russo chamada "TEATRO DOS VAMPIROS" que, muito oportunamente, pode nos auxiliar na
compreensão do que penso de todos estes acontecimentos. Muito provavelmente porque nos fala da solidão e da falta de perspectivas...
Este assunto não se esgota neste artigo. Isso é apenas o
começo de uma discussão que, espero, possamos retomar muitas outras vezes.
Sobretudo, porque considero tudo muito complexo. Se eu e você estamos cada um
numa sintonia; e pensamos coisas boas; importamos-nos uns com os outros; conseguimos
ver um pouco mais além do nosso umbigo, ótimo! Não importa a forma dos
pensamentos. Importa que estejamos NUM PADRÃO VIBRATÓRIO POSITIVO! Ao contrário, se estivermos cada um de nós
imerso em seus próprios MEDOS; PLANOS DE VINGANÇA; ALIMENTANDO A AGRESSIVIDADE QUE MORA EM CADA UM DE NÓS, aí
temos um PADRÃO VIBRATÓRIO NEGATIVO DE PENSAMENTO.
Por ora, a questão que coloco é: “EM QUAL PADRÃO VIBRATÓRIO
DE PENSAMENTO NOS ENCONTRAMOS?”. Uma vez respondida esta questão, acredito (há
quem diga que tal qual “ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS”) que tenhamos condições
de REFLETIR e de MUDAR NOSSO PADRÃO DE PENSAMENTO. É fácil? Não! O certo é que se continuarmos achando que não
temos nada a ver com o que está acontecendo no nosso país, porque “foi o pai do
meu vizinho que perdeu o emprego e não o meu”; porque, "pode demorar, mas eu me
vingo”; porque “se quiserem roubar que se dane, roubarei também” etc. , nosso
padrão de pensamento em nada contribuirá para uma sociedade que DIALOGA; SE
OCUPA E SE PREOCUPA UNS COM OS OUTROS; QUE NÃO FOGE OU FICA INDIFERENTE DIANTE
DOS SOFRIMENTOS ALHEIOS...
Enfim, meu posicionamento é tão difícil quanto qualquer
outro: DECIDO LUTAR CONTRA CADA PENSAMENTO NEGATIVO E AGRESSIVO; DECIDO
CONVERSAR E NÃO ME ISOLAR; DECIDO ESCOLHER A SERENIDADE. Conseguirei? Talvez,
boa parte não. Tentarei? Garanto que sim! Porque a SOLUÇÃO DAS QUESTÕES
COLOCADAS PODE SER COLETIVA, MAS A CULPA É DE CADA UM DE NÓS!