Translate

EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

AOS MEUS AMIGOS DO ENSINO MÉDIO: UM BRINDE POR TUDO QUE NOS TORNAMOS. (TO MY HIGH SCHOOL FRIENDS : A TOAST FOR ALL IN BECOME)

POR MARI MONTEIRO



ESCOLHAS que doem. Muito. Doem tanto, que me vejo na obrigação de justificar uma delas neste artigo. Não se trata de nenhum dramalhão; mas de fazer jus a tudo aquilo em que acredito e que sempre discursei em sala de aula. Isso não é, de forma alguma, uma atitude egoísta ou de autopiedade. Ao contrário, é um ato de coragem e de respeito. Coragem, porque exponho o que fiz e o que faço sem rodeios. E de respeito, porque meus alunos MERECEM entender minha atitude.


Como educadora, muito mais por conta própria e por intuição, do que por pesquisas científicas e leituras acerca dos grandes educadores, acredito que o APRENDIZADO SÓ ACONTECE QUANDO EXISTEM VÍNCULOS AFETIVOS ENTRE PROFESSORES E ALUNOS. Não entendam “vínculos afetivos” como sinônimo de “paternalismo”, “assistencialismo” ou qualquer termo equivalente; entendam como RESPEITO MÚTUO; HUMANIZAÇÃO; DIÁLOGO E POSSIBILIDADES DE AMADURECIMENTO E DE TRANSFORMAÇÃO.

Quando ministro aulas, me coloco no lugar do aluno: Como gostaria de ser tratada? O que gostaria de aprender? O que é relevante (e sempre será)? O que faz a diferença? Neste sentido, sempre planejei minhas aulas de modo a PRIORIZAR DETERMINADOS CONTEÚDOS e AÇÕES. E, definitivamente, fornecer decorar listas, nomes e datas nunca foram prioridade nas minhas aulas. Afinal, O GOOGLE EXISTE PARA ISSO: fornecer informações; logo, eu devo fazer algo mais útil com meus alunos. Tratar as informações; por exemplo; questionar; despertar desejos por outras apropriações de conhecimento... Enfim, meu papel não é apenas ler junto, mas conhecer o que por trás de tudo que lemos. É a TRANSFORMAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM CONHECIMENTO.


Daí eu ser uma professora “diferente”. Para algumas pessoas, aquelas que conhecem (ou conheceram) BEM DE PERTO meu trabalho, isso é bom; para quem só vê de longe, isso é péssimo. Já ouvi tantas frases assim: “Pra que isso?”; “Pra que filme? Só pode ser pra enrolar!”; “Pra que ensinar o aluno a argumentar, depois, ele vira um achato?”.


Não lamento, ESTA SOU EU. E isso explica porque estou vivendo um MOMENTO TÃO DIFÍCIL, ao “deixar” boa parte do Ensino Médio este ano. Não estou me distanciando de alunos; mas de AMIGOS! Pessoas com as quais me relacionei por um tempo significativo; pessoais com quais vivenciei muitos momentos importantes.


Nossas aulas NUNCA foram apenas aulas. Escrever – ler – estudar – responder. Isto é um ciclo contínuo, vicioso e PERNICIOSO, que faz com que andemos em círculos. Minha preocupação sempre foi (e será!), aprender junto com o meu aluno, com o objetivo de favorecer a autonomia da busca (movida pelo desejo, claro), de mudar comportamentos (eu mudo muito e sempre), de compreender meu papel nesse mundo caótico e de combater, na medida do possível a indiferença.


Para tentar alcançar meus objetivos, talvez NÃO MUITO ORTODOXOS na visão de alguns, a gente (eu e meus alunos) não nos prendíamos aos livros. TODAS AS INFORMAÇÕES DOS LIVROS ESTÃO DISPONÍVEIS NOS SITES. Então, procurávamos, no material didático, tudo aquilo que fosse possível “LINCAR” com nosso tempo, com nossas NECESSIDADES DE APRENDIZADO. Para isso, ouvíamos músicas; assistíamos filmes; promovíamos debates; registrávamos nossas considerações, em forma de produções textuais e, depois, em forma de NARRATIVAS DIGITAIS  aqui no blog; socializávamos nossos pensamentos; agregávamos valores aos fatos.  


É, inclusive,  por conta destes momentos que lamento deixar as aulas. Ato, no momento, inevitável. Tive que respeitar meus limites e priorizar algumas “coisas” como minha saúde emocional, por exemplo. Sempre digo que as melhores coisas da vida não estão à venda. E era justamente isso que estava em jogo: minha capacidade de sorrir; o trabalho por prazer; a disposição que move corpo e mente...  E, quanto ao que se compra com trabalho honesto, cabe dizer que o salário que PRECISA, EM TODAS AS INSTÂNCIAS E EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS, SER JUSTO.

Assim, saibam que sentirei muita falta das conversas (aprendi muito com vocês...); da presença de vocês aqui no blog; de cada filme assistido; de cada conversa particular (por que não?) e, principalmente, dos sorrisos e das lágrimas; das TROCAS DE OLHARES que acabavam com perguntas recíprocas como: “Você está bem?”; “As coisas melhoraram?”... Porque a gente aprendeu, com o tempo, a SE IMPORTAR UNS COM OS OUTROS. Saibam que continuarei me importando. Sempre!

Com afeto, Mari

Seguem alguns dos nossos momentos juntos!!! Bendita seja a fotografia (rsrsrs)



















































































































































































COMENTE!