POR MARI MONTEIRO
Este é o tipo de artigo que escrevi para não vomitar.
Literalmente, às vezes, escrevo para NÃO ADOECER. E, nesta tarde, me senti um “tantim”
adoentada. Não é um artigo leve, mas também NÃO É OFENSIVO AOS PROFESSORES.
Quanto aos “tios” que, por ventura, o lerem... Não lamento. São fatos!
Não generalizo. Mas existem professores e existem “tios”. Os
chamados professores, aqueles que são PROFISSIONAIS e; portanto, sabem o que
fazer em sala de aula, porque estudaram e estudam muito para isso (e isso não é
barato, não é rápido e nem tão pouco fácil); são os mesmos que não conseguem
comprar livros; frequentar teatros, shows, cinemas... São os mesmos que se
INDIGNAM com este distanciamento, praticamente compulsório, entre um
profissional que tem por princípio disseminar cultura e sua própria falta de
acesso a ela por questões financeiras. NÓS, PROFESSORES, GANHAMOS POUCO E PONTO. Muitos
são arrimos de família, cujas prioridades são aluguel; alimentação; água; luz
e, se sobrar algum, uma internet básica.
Já os “tios” e as “tias”, e eu não vou me desculpar pelo
emprego dos termos. Ser tio ou tia, no sentido de grau de parentesco, é ótimo. Tenho
uma tia que é uma espécie de guia na minha vida. Mas a ESCOLA NÃO É CASA e o
PROFESSOR NÃO É PARENTE. Foi o menos
pejorativo que encontrei. Falo daqueles
que incorporaram o personagem “tio” no lugar errado! Trata-se do assistencialista,
daquele “parente” distante que a gente só procura quando precisa de um favor.
Este favor pode ser um voto; pode ser uma aprovação automática e pode ser o
pior dos favores: O VOTO.
Um exemplo disso é a bonificação por resultados de 2015. Alguns professores da Rede receberam.
Eu recebi e posso falar com propriedade sobre o assunto. O Sr. Governador
anunciou na mídia um BÔNUS HISTÓRICO DE UM BILHÃO DE REAIS. Porém, temo que o
que estava nas entrelinhas da “fala” do
nosso governador não tenha “chegado” à maioria da sociedade. Eu conto! Ele pagará
o bônus em DUAS VEZES. Hoje (31/03) foi um "sopro na ferida". A segunda será somente em setembro. Ou seja; a parcela
maior do bônus ( de acordo com o GDAE a segunda parcela da maioria é maior que
a primeira. O que equivale a dizer que a maior parte do tal 1 BILHÃO DE REAIS lhe
renderá juros por SEIS MESES. E o mais triste é você, ouvir comentários como: “Se
a segunda é maior, é porque ele está incluindo os juros...” PELO AMOR DE DEUS!!!
Quando ele anunciou a cifra, ele já sabia de quanto era cada parcela de cada
professor. Essa é uma inocência que só
os “TIOS” possuem.
Há muitos professores
desempregados. Isso antes do ingresso que ocorrerá em agosto próximo. Mas...
Quem se importa? Pra que greve? Por que a greve não consegue se fortalecer (e
convencer!) o suficiente? Simples. Está cada um OLHANDO PARA O PRÓPRIO UMBIGO!
Isso é postura de professor? Não! É de “TIO”! Aquele que diz: “tudo bem, amém!”...
Professor é FORMADOR DE OPINIÃO. “TIO” é DEFORMADOR... Quem
não se posiciona, não tem opinião própria, vai formar que opinião. Dirão
alguns: “Tenho opinião, só não gosto de me manifestar.” Desculpem – me; mas,
para mim, isso equivale a não ter nenhuma opinião.
Professor mostra a cara; dialoga; diz ao que veio; não fica
em cima do muro. O aluno PERCEBE e SENTE sua IDENTIDADE. O que encoraja o aluno
a dialogar e a posicionar-se também. O “tio” é aquele cuja aula é um monólogo.
Só ele fala. Isso é pernicioso,
incentiva a mudez; o conformismo. É injusto. O que mais precisamos aprender é
DIALOGAR; ARGUMENTAR e DEFENDER NOSSO PONTO DE VISTA. O restante, o Google
sabe... Porém, o Google não conversará ou argumentará conosco.
O Professor é; por
isso mesmo, uma figura MARCANTE. Só me lembro dos meus professores; lembro-me
até de seus olhares. Lembro-me com carinho, com saudade e com gratidão. Por
exemplo, me lembro da minha professora de Língua Portuguesa Alissar Rimaik
Abouriski; por admirar tanto sua postura e sua conduta, fiz Letras... Lembro-me
até do perfume que ela usava. E isso foi no Ensino Fundamental II. Não me
lembro dos tantos “tios” que tive durante minha formação. E isso NÃO FAZ A MENOR
DIFERENÇA NA MINHA VIDA profissional ou social. Alguns, confesso, fiz questão
de esquecer. Em contrapartida; graças aos meus PROFESSORES, me tornei
professora e NÃO TIA! Com eles, aprendi também que, por diferentes circunstância e necessidades, como professores, acabamos VENDEMOS BARATO o que NÃO TEM PREÇO
Crédito das imagens: https://www.facebook.com/professoreprofessoradepressao?fref=ts