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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

domingo, 21 de dezembro de 2014

UM CONTO DE NATAL PARA ADULTOS ( A CHRISTMAS TALE FOR ADULTS)

POR MARI MONTEIRO



Sei que estou longe demais de ser uma pessoa  amável ao extremo. Acho até que isso deve ser coisa de gene; de vocação ou algo que equivalha. Não gosto de todas as pessoas que conheço; algumas, eu até odeio (e, nessa hora, tem gente que pára de ler o conto... paciência).  Se sabem ou se sentem, de algum modo, não sei. Mas sei que se um dia uma delas me perguntar, saberá.

Quanto às pessoas que conheço e que amo; amo tão verdadeiramente como tem de  ser. Se todas elas sabem, também não sei. Se sabem ou se sentem, de algum modo, não sei. Mas sei que se um dia uma delas me perguntar, também saberá.

Fato é que, especificamente esta época de Natal, me deixou uma espécie de ranço.  Talvez porque parece que TODO MUNDO, como num passe de mágica, passa a se amar... Assim, do nada.  Se fizer parte do perdão sincero e vamos ser amigos novamente, ok! Concordo e aplaudo. Acho até que este é o grande mérito desta época, “amolecer” o coração das pessoas; reunir familiares; desfazer os nós...

Por outro lado, sempre me senti atraída pelas coisas do Natal: as cores; a decoração; os aromas; a celebração; os abraços; os presentes; as festas... Complicado? Sim.  Mas, facilmente entendível. Desde pequena, observava as correrias desta época; as mudanças de comportamento; o som das festas da vizinhança... E, sem o menor pudor, ASSUMO, invejava a música; as risadas; os fogos... Enfim, as felicidades alheias...  Estas cenas são muito claras na minha mente, porque nunca tínhamos festa de natal.  Íamos cedo pra cama. Morávamos num cortiço e a proximidade das casas deixava tudo muito nítido.





No dia seguinte, quando acordávamos, estavam todas as crianças do cortiço com seus brinquedos novos. Eu e minha irmã também tínhamos os brinquedos que a firma dava para os filhos dos funcionários... Então, no dia 25, meu sentimento de “pertença” era mais sólido.  Brincávamos todos juntos. (rsrsrs)


Não que, ao longo da vida eu não tivesse tentado mudar isso, claro que sim. Desde enfeitar a casa até cear sozinha; vivi alguns natais solitários.  Eu, meus enfeites; minhas frutas; minhas músicas; minhas melhores lembranças e os pesamentos mais positivos do mundo... Mas, a sensação do Natal e o som das festas que ouvia enquanto criança ainda me assombram. Posso dizer que AINDA não vivenciei algo parecido.

Ainda pouco enfeitei a casa da minha mãe... Faço isso desde que vim para cá. Mas, festa MESMO, aquela com a qual eu sempre sonhei, ainda não rolou. Mesmo porque, na FESTA DOS MEUS SONHOS, devem ter os seguintes “ingredientes”: todos os familiares amados (e alguns já partiram); felicidade; saúde; muitos risos; muitos abraços (nem todos gostam de abraçar... rs); muita cor; músicas de muitos ritmos; muita fartura e alguns convidados especiais. Agora é a hora que o leitor diz: “pirou”; mas, sempre pensei nisso... Apenas três convidados especiais estariam de bom tamanho. Trazer dois moradores de rua aleatoriamente para passar o natal conosco, com direito a banho, roupa nova e uma “FELICIDADE EFÊMERA”...  Por algumas horas apenas.  Posso até ouvir os pessimistas dizendo: “Affff! De que adianta? Se no dia seguinte estarão morando na rua de novo?”... Mas, insisto: SENTIR UMA FELICIDADE MOMENTÂNEA AINDA (E SEMPRE) É MUITO MELHOR DO QUE NÃO SENTIR NADA, NUNCA!”





Enfim, o terceiro convidado especial, cuja presença para mim é indispensável é  O ANIVERSARIANTE... Aquele que, contraditoriamente, é o menos lembrado e o que menos ganha presentes no seu suposto aniversário, é o  mais requisitado durante o ano todo; sobretudo, nos momentos de sufoco. Esta seria minha festa de natal. Mais próxima do que imagino como perfeição. Ainda espero por ela. As coisas estão progredindo por aqui. Neste ano teremos uma ceia... Com TODOS ACORDADOS! (rsrsrrs). Depois eu conto tudo. Prometo!!!

FELIZ NATAL!!!
(To be continued)




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