Translate

EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

MUITO PRAZER, “PROSFESTEIN”! (PLEASURE, "PROSFESTEIN"!)

POR MARI MONTEIRO

As lágrimas eram de alegria: Encerramento do Projeto Sem Nome - Carlos Drummond - 2010.

Não poderia precisar quantas pessoas fizeram parte da minha carreira e, POR ELAS E COM ELAS, persisto, continuo professora. Penso que criei certa “dependência positiva”: dependo de GENTE. Porque preciso estar perto de seres que AGEM e REAGEM; que CHORAM; que SORRIEM; APRENDEM; DESAPRENDEM... ENSINAM. Obviamente, nem tudo e nem sempre é assim. Há percalços. E como há! Ainda tem gente que NÃO SABE DISSO; mas professor chora; professor sofre; professor tem carências de todos os tipos e... Por aí vai.

Outra coisa que afirmam e que COMIGO FOI DIFERENTE é a questão do dom. Não acredito em DOM DE ENSINAR. Não nasci professora.  Ocorre que desenvolvi um DESEJO IMENSO POR CONHECER. Isso sim deve ter nascido comigo. Pois, contra todas as expectativas, cá estou eu lhes falando sobre ensinar e aprender.



Somaram a isso as possibilidades que tive de encontrar as “PESSOAS CERTAS”. Estas, sim, foram determinantes para minhas escolhas. E, no meu caminho, encontrei muitos professores: ALGUNS DIPLOMADOS e outros, sem diploma, IGUALMENTE SÁBIOS. Nunca ouvi ninguém dizer: “NOSSA, VOCÊ TEM JEITO PARA PROFESSORA!” ou algo que equivalha. Ao contrário, ninguém nunca sugeriu nada, fiz “de um tudo” e, depois de transitar por muitas áreas e funções das mais variadas, FIQUEI SENDO PROFESSORA. E GOSTEI!

SALA DE AULA NA ESCOLA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (2007)


Nestas minhas funções, sempre houve uma pessoa ou mais que, indiretamente, me ENSINOU MUITO. E foi em chão de cozinha de escola; em casas de família; em serviços outros que percebi que PODERIA CONHECER MAIS, porque as pessoas me diziam, com palavras ou com atitudes, o que eu NÃO gostaria de me tornar...


Quando entendi que tudo era uma questão de conhecer (ou não!), considerei que SER PROFESSORA SERIA O MELHOR A FAZER. Porque na minha cabeça – e isso é uma IDEIA FIXA -; pois penso assim até hoje: PROFESSOR É AQUELA PESSOA QUE GOSTA DE CONHECER E; POR ISSO, ESTUDA PARA SEMPRE. Ou seja; o professor é um eterno pesquisador.

TEATRO DE BONECOS: PURA DIVERSÃO


E foi assim que DESCOBRI O PERFIL DE PROFISSIONAL QUE DESEJAVA. E que, hoje entendo que se trata de uma MISCELÂNEA de todos os professores (diplomados ou não) que conheci e que “são” (não os considero longe de mim). Neste sentido, NÃO sou professora. SOU UMA “PROFESTEIN”, uma mistura de Frankestein com Professora: pedacinhos somados de cada pessoa que conheci e que fez (e faz!) a diferença na minha vida. Estas pessoas eram/são BELAS (por dentro ou por fora); são PERFUMADAS; SORRIEM; são CARISMÁTICAS; NÃO GRITAM; TEM BRILHO NOS OLHOS; LEEM MUITO; RESPEITAM A TODOS... O que não nos exime, claro, de sofrimentos outros. É que, com “PROFESTEINS” acontecem coisas mágicas, entre elas: NÃO DESCONTAR NO SEMELHANTE NOSSOS RECALQUES E NOSSAS INSATISFAÇÕES. Ao invés disso, lutamos com dignidade, pelo que é justo e pelo que nos é de direito...


SOCIALIZAÇÃO DE "LEITURA LIVRE" - CEC ( 2013)


Assim sendo, tal como Frankenstein, ao longo do tempo, costurava estas virtudes em mim como PEDACINHOS que formam minha identidade profissional. Certamente, vez por outra, tinha que remendar um rasgo aqui, um furinho ali... Sei o nome de cada DOADOR DOS “PEDACINHOS”. E, como nem toda costura é para sempre, sei que, quando boa parte destas virtudes de mim se despregarem , NÃO PODEREI ESTAR MAIS PROFESSORA. Porque terei me tornado uma pessoa bem MENOS sensível e MENOS capaz de enxergar no outro MAIS QUE UM NÚMERO DE CHAMADA; mais que um CARNÊ de mensalidade; mais que uma possibilidade de BÔNUS... Além disso, começarei a sentir DORES HORRÍVEIS; onde antes, habitavam os PEDACINHOS COSTURADOS. O vazio continuará e as lembranças de tudo que foi SIGNIFICATIVO será o que restará, para sempre, no meu relicário...

Este vídeo é MEU PRESENTE para meus ALUNOS; PAIS; COLEGAS PROFESSORES...



FELIZ DIA DOS PROFESSORES! FELIZ VIDA DE PROFESSOR!

Com muito RESPEITO e AFETO, Mari Monteiro. 




COMENTE!