POR MARI MONTEIRO
Esta é a capa da edição que li do Romance de Goethe, um autor que aprendi a gostar na minha primeira faculdade, durante as aulas de Filosofia. Como já havia anunciado no artigo anterior, a SÉRIE IMPRESSÕES não é uma resenha e nem um resumo e muito menos contém o SPOILER de qualquer obra aqui tratada. Trata-se de um início de conversa sobre as minhas impressões sobre a leitura. Contudo, não há como fugir de algumas formalidades como a ficha catalográfica da obra, por exemplo:
O gênero "Romance epistolar", foi um dos motivos, depois do autor claro, que me levou a desejar ler a obra. A obra é inteira descrita na forma de cartas do jovem werther ao seu melhor amigo. Todas as cartas são carregadas de paixão e não há um padrão; cada uma delas depende do ESTADO DE ESPÍRITO em que se encontra Werther. Por isso, algumas são curtas, outras mais longas... Por vezes, ele passa alguns dias sem escrever, em outras fases escreve quase que diariamente.
Fato é que a intensidade com que são descritos os sentimentos do protagonista é o que nos prende. Passei algum tempo pensando nesta frase: "(...) E, NO ENTANTO, É UM IMPULSO NATURAL DA HUMANIDADE O QUERER TOCAR O QUE NOS FERE OS SENTIDOS.(...)". Lembrei-me, inclusive, das inúmeras vezes em que fiz isso... e como dói!
Outra frase de Werther que marcou minha leitura e, claro, está grifada no meu livro é esta: "ESTOU CERTO DE QUE SOMENTE O AMOR TORNA O HOMEM NECESSÁRIO NESSE MUNDO. (...)"
Ficaria citando inúmeras frases intensas aqui. Fato é que, durante a leitura, eu, como leitora não me senti o jovem WERTHER; ou seja, o protagonista que, inclusive, escreve na primeira pessoa, como de costume, me senti o SEU MELHOR AMIGO, tamanha a intimidade que o leitor vai adquirindo enquanto lê as cartas. Sentia vontade de respondê-las. Isso é o que chamo de INTERAGIR E CAUSAR IMPACTO NO LEITOR.
Além disso, apesar da obra toda narrar sofrimentos, muitas confissões feitas por Werther se tornam nossas, à medida em que tomamos para nós seus anseios e suas angústias. Algumas curiosidades sobre obra aguçam mais ainda nosso apetite como leitores. Por exemplo, "OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER" foi considerado por Otto Maria Carpeaux, um ensaísta muito conceituado (crítico literário e jornalista austríaco naturalizado brasileiro.), o primeiro grande romance da literatura alemã.
Outro fato curioso é que, reza a lenda que após o lançamento do romance e da ampla propagação do mesmo, houve um agrande onda de suicídios entre os jovens.
RECOMENDADÍSSIMO!
Com afeto, Mari Monteiro.
Até a próxima obra!