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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

NO GRITO!

  por Mari Monteiro



Costumo dizer que, particularmente, um grito dói mais que apanhar. Digo isso porque nunca gostei de gritos. O que é diferente da aceitação do timbre de voz; ou seja, há pessoas que possuem um timbre de voz naturalmente alto e isso não é um grito. Gritar é agredir.
Toda palavra, independentemente do tom de voz, possui uma carga de sentimentos a ela agregada. Nesse sentido, quando uma pessoa grita com a outra num contexto em que há discordância  e exaltação, por exemplo, não é só um grito. É um grito e uma ofensa.

No CONTEXTO EDUCACIONAL, em situações de sala de aula, há muitas pessoas que acreditam e; por isso, já se habituaram a tal prática, que o grito impõe respeito. NÃO ACREDITO NISSO! Sempre disse que se gritasse em sala de aula ou tivesse que falar mais alto que meu tom de voz normal,  em uma semana estaria afônica. Então, a conversa com meus alunos é a seguinte: não falo alto. Sempre pergunto se o último aluno da sala está me ouvindo bem, a resposta é sempre positiva. Logo, explico que nunca precisarei gritar já que todos me ouvem bem.

Fato é que o hábito de gritar em sala de aula está tão arraigado em alguns profissionais que É quase padrão passar diante das salas de aula e ouvir professores vociferando, ora para explicar a matéria, ora para dar a famosa bronca. Imagino que ele (o professor que grita) não se dá conta do próprio tom de voz, pois seus gritos já se tornaram familiares aos seus ouvidos, que não mais se assombram também com os gritos alheios.

Quanto ao aluno, após se habituar aos gritos de seu professor, também se sentirá no direito de gritar. Ou, até de modo quase inocente, ele vai desenvolvendo um jeito de se fazer ouvir também pelo grito.

Trata-se, portanto, da necessidade de adoção de uma nova postura; de uma reeducação do ato de falar e de ouvir. O professor não tem que gritar para se fazer ouvir, o aluno é que deve saber o momento de silenciar para ouvi-lo e para que possa haver um diálogo num tom de voz aceitável de ambas as partes. Não se conquista disciplina, respeito e nem conhecimento no grito.

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