Translate

EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

PROFESSOR: O PROFISSIONAL QUE MAIS GERA TRABALHO PARA SI MESMO

Por Mari Monteiro



Se há uma categoria que "gosta" de gerar trabalho para si mesmo é a dos professores. Não aprendi isso sozinha. Aprendi convivendo com pessoas e com suas inúmeras pilhas de papel; suas sobrecargas de compromissos e com suas artérias a ponto de explodir.




Não me refiro às obrigações diárias (curriculares) e relevantes. Falo das BUROCRACIAS que "inventamos" para nós mesmos. Por exemplo, constatei que PILHAS DE ATIVIDADES em folhinhas xerocadas NÃO LEVAM MUITO LONGE; pois, se assim fosse, tudo estaria resolvido: não existiria um aluno com defasagem de aprendizado. Porque - nem precisa de cálculo - basta olhar para saber que  a quantidade de folhas coladas nos cadernos, em pastas, soltas... ou perdidas não equivale aquilo que o aluno sabe (ou deveria saber). O QUE ESTE PROCEDIMENTO GEROU? Mais trabalho para o professor: planejamento;  elaboração; xerox; correções (quando são feitas a contento)...


E as PROVAS? Quantas provas! Há a prova propriamente dita (para  provar o que? Não sei!). Os alunos demonstram ou não seus saberes todos os dias em suas ações, suas falas, em  suas produções nos cadernos e livros. Há as provas "adjacentes", aquelas que chamamos de ATIVIDADES. Não bastasse tudo isso, há ainda a PROVA DE RECUPERAÇÃO. Aí está  um instrumento de avaliação ABOMINÁVEL. Explico. Primeiro, porque se é preciso usá-lo, é porque algo deu errado no percurso (durante o bimestre TODO, TUDO deu errado?); segundo, o aluno não faz as atividades anteriores com a devida RESPONSABILIDADE, porque sabe que terá uma segunda chance; terceiro, porque É MAIS UM TRABALHO GERADO POR NÓS MESMOS e quarto, porque NÃO ACREDITO NOS RESULTADOS DA RECUPERAÇÃO, porque se fossem sempre melhores que os anteriores (porque é esse o objetivo) por que o aluno não sabia antes?  E, o MAIS PERNICIOSO dos aspectos é que se instala, assim, A CULTURA DA RECUPERAÇÃO. 



O aluno deve perceber que TUDO É IRRECUPERÁVEL; sobretudo, o tempo que perdemos (alunos, professores...).  Mas, ao contrário, ele passa a pensar que  durante toda sua vida de estudante será assim: segunda chance sempre. E transfere isso para todos os aspectos de sua vida: "Posso deixar rolar, pôr tudo a perder, depois eu recupero, porque sempre terei uma segunda chance".


Enfim, não se trata somente de gerar ou não mais trabalho para nós mesmos, trata-se de não contribuir, em absolutamente nada, para o crescimento intelectual e pessoal do aluno, sempre que damos a ele inúmeras oportunidades de "recuperar".  Desta maneira, ele não encara  a RESPONSABILIDADE e o COMPROMETIMENTO como algo que deve fazer parte da sua vida, do seu comportamento, do seu caráter; mas como algo que, esporadicamente, retira do bolso e usa somente quando é necessário ou quando alguém  lhe  diz: "chegou  a hora de recuperar, pegue aí 200 gramas de responsabilidade e mais 300 gramas de comprometimento e você  estará aprovado na escola."  E na vida? Como fica  a vida? E a reputação e o valor do professor? CADÊ? QUANDO VAMOS RECUPERAR? QUEM NOS DARÁ UMA SEGUNDA CHANCE?

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

“VOCÊ TEM UM PROBLEMA?”

POR MARI MONTEIRO



O título deste artigo até parece um daqueles anúncios de tarô e afins colados nos postes da cidade. Não é o caso. A pergunta é LITERAL e VISCERAL. Tenho um amigo muito querido, de longa data, cujo nome é Mailson e trabalhamos muito tempo juntos. Outro dia nos reencontramos rapidamente (depois de mais ou menos uns três anos); tempo suficiente para relembrarmos algumas passagens bem “punks” das nossas vidas. Ele me disse algo interessante. “Mari, sempre que ouço alguém reclamando de banalidades; mas banalidades mesmo: ‘Eu quero uma calça de 500 reais e só posso comprar no mês que vem! ’; ‘Putz! Não irei ao próximo show internacional! ’; ‘MINHA MÃE PEGA MUITO NO MEU PÉ! ’ e por aí vai... A vontade que tenho é dizer: ‘Vem cá amigo, então você tem um problema? Vou te contar uma história. ’ E dizer daquilo que ocorre de mais forte em nós, que nos ARRASTA e nos deixa à deriva, sem bote salva-vidas E SEM MÃE PRA PEGAR NO PÉ...”.

Problemas? Os problemas têm um jeito próprio de machucar e de abater a cada pessoa. O fato é que todos têm (em maior ou menos grau). A questão é que alguns deles nos colocam DIANTE DE UM ESPELHO para o qual não queremos olhar e dizem: “E agora?”. Aí, nos olhamos, com certo desconforto, e devolvemos a pergunta: “E AGORA?”. E lá está você, o espelho e sua fé. Porque, acredite, nestes momentos, o espelho não reflete mais ninguém. Apenas você. Seus amigos estão longe, seu pai e seus irmãos também. E SUA MÃE NÃO ESTÁ LÁ PARA PEGAR NO SEU PÉ.


Agora, como diz meu amigo Mailson, vem cá que vou te contar uma história. Era uma vez um menino de oito anos chamado Felipe, está no segundo ano, não sabe ler, nem escrever e já viu muita coisa ruim nesta vida. Tive o prazer de conhecê-lo este ano. Era para ter sido uma simples aula de leitura... Mas, que leitura?

(...) Estávamos no meio de um momento de leitura. Quando eu, sem saber da história, sugeri ao Felipe que estudasse mais em casa, que pedisse ajuda à sua mamãe. Infeliz momento.
 FELIPE: Num dá. Só estou com meu pai.
- Por quê?
FELIPE: Porque minha mãe bebeu soda.
(Imediatamente me lembrei de ter ouvido dizer que a mãe de um aluno da escola havia ingerido soda cáustica).
- Por que ela bebeu soda?
FELIPE: Porque ela queria morrer.
- E por que ela queria morrer?
FELIPE: Pra ir pro céu (sic).
- Onde ela está agora?
FELIPE: No Magine (ele quis dizer Nardine – um hospital público da região)
- Como ela está?
FELIPE: Ela está bem magrinha (e mostrou com os dedinhos...).
- Você acha que ela iria para o céu se morresse?
FELIPE: Acho “móde (sic) que” ela tava ino (sic)  na igreja e depois não ia mais e o diabo estava dentro dela. E tem uns que vai pra baixo... Pra treva. No dia que ela bebeu soda, ela disse que eu só ia ter mãe naquele dia.
- Você quer ficar pra sua mãe ou com seu pai?
FELIPE: Quero ficar com minha mãe, mas num vô (sic) podê (sic) só porque móde(sic) ela bebeu soda.
- E agora?
FELIPE: Ela vai pra Goiânia quando sai do hospital, móde (sic) que meu irmão tá (sic) lá.
- Por que ele foi embora?
FELIPE: Foi com minha vó(sic). Quando eu ficar grande eu vou também pra Goiânia móde (sic) que quero ficar com minha mãe.
- Você promete vir conversar comigo todo dia? Promete?
FELIPE: se minha prô (sic) deixar, eu venho.

(...)
Alguns dias depois, para minha surpresa, apareceu um rostinho na porta e se escondeu. Chamei: “Felipe?” Mal terminei de falar e ele pulou nos meus braços e me abraçou com força. E A MÃE DE FELIPE NÃO  ESTAVA MAIS POR PERTO PARA LHE OFERECER COLO . Ela havia partido três  dias depois do nosso encontro.


Penso que existem problemas que são grandes demais para pessoas pequenas demais; não falo apenas sobre os dramas infantis semelhantes ao de Felipe; falo de mim; falo de você; de nós que, quando fragilizados, tomamos a forma e o tamanho de um bebê indefeso. Pedimos colo. E NEM SEMPRE NOSSA MÃE ESTARÁ ALI PARA NOS OFERECER COLO.  E quando você e eu acharmos que temos um problema, olhemos para os lados, ouçamos outras histórias... NÃO PARA NOS CONFORMARMOS (aquela coisa irritante de ouvir sobre zona de conforto, o clichê: “tem gente passando coisa pior!”); mas para dizer NÃO! NÃO PODE SER PARA ISSO QUE ESTAMOS AQUI. A vida não deve ser assim. Mesmo porque, segundo um poeta: “reza a lenda que a gente nasce é para ser feliz!” ENTÃO QUAL É O PROBLEMA? O problema é o percurso. É nele que nos perdemos e nem sempre nos reencontramos; mas sempre há de ter algo de bom em cada dia vivido; porém, sem OLHOS ATENTOS e CORAÇÕES HUMILDES, não veremos estes momentos. Vamos atropelá-los e, à noite, nos deitaremos apenas com as amarguras.


SOLUÇÕES? Quem dera as tivesse. Mas, sou abusada. Do contrário não estaria aqui pra contar a história. Tenho sensações, INTUIÇÕES e a principal é a de que devemos aprender a fazer o contrário: superestimar os risos e a presença discreta de qualquer traço de esperança, as palavras ditas com doçura e os olhares.  Ah! Os olhares! Estes são inesquecíveis; aqueles que se demoram e que mergulham em outro olhar, dizendo muito apenas com o silêncio e com suas cores; os abraços... Que, tomara, um deles seja o da NOSSA MÃE QUE AINDA ESTARÁ POR PERTO... E, se não mais estiver fisicamente, como a mãe do Felipe, que aconteça o que desejei a ele: que possamos nos lembrar de SEU OLHAR, sentir seu CHEIRO DE MÃE e seu colo que cura todas as dores deste mundo. Mas, enquanto ela estiver por perto, não passe um só dia sem dizer que a ama; abrace-a sempre que possível... Sem pressa, deixe que seus corações se encontrem. Converse olhando nos olhos dela. Decore sua íris... Memorize seu cheiro... Valorize sua presença. Porque quando, finalmente, restarem apenas lembranças, seus sentidos vão cobrar todas estas sensações e você as terá guardadas no lugar mais sagrado que existe: NA SUA ALMA!
Frase creditada  ao Roberto Frejat (Barão Vermelho)

domingo, 13 de outubro de 2013

FELIZ VIDA DE PROFESSOR!

POR MARI MONTEIRO

(Frase creditada a Renato Russo)

Desejo que cada minuto valha a pena;
Que, ao menos, um aluno de cada turma, jamais te esqueça; que eles QUEIRAM APRENDER.

Desejo um salário digno e uma boa dose de glamour.
Que seus alunos te achem bonito (a), perfumado (a), iluminado (a).

Desejo que você não precise gritar para ser ouvido.
Que seus ensinamentos sirvam a você e aos seus alunos.

Desejo que seus olhos brilhem ao responder: “Qual é sua profissão?”.
Que você possa dizer que NÃO DÁ aulas, mas que as vende por um preço justo e que, de brinde, oferece SONHOS...

Desejo que as linhas de expressão do seu rosto sejam de tanto sorrir ou de chorar de alegria; mas, nunca, causadas pela ira... Pela escolha errada... Pelo arrependimento...
Que seja sempre OUSADO (A) e não esconda suas dores e seus medos. Enfrente-os com orgulho.

Desejo que esteja INTEIRO (A) quando chegar a hora de colher os frutos do seu trabalho.
Que cada dia da sua carreira, seja lembrado como um dia “BEM VIVIDO.”.

Desejo que seu semblante seja portador de aconchego para os alunos.
Que seus alunos sejam bons para você, que os respeite e valorize.

Desejo, por fim, que se, ao menos metade disso ainda não estiver acontecendo, você tenha a CORAGEM de parar tudo.
Que PARE AGORA. Não adoeça! Há tantas alternativas e a vida é tão fugas. E, segundo reza a lenda, a gente nasce é para ser feliz!


FELIZ VIDA DE PROFESSOR!!!
COM CARINHO, MARI... Uma professora feliz... Por enquanto!


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

E ESTA HISTÓRIA ESTÁ APENAS COMEÇANDO...

POR MARI MONTEIRO


Nesta vida, é preciso estar atentos aos sinais, aos presentes enviados por Deus. Já recebi muitas pessoas de presente!  Há também pessoas que nos tiram o ânimo e a energia.  Em contrapartida, há pessoas que nos empolgam com sua vivacidade, habilidade e luz própria. A Mylena Andrade Cordeiro é uma destas pessoas.


Tive o prazer de conhecê-la este ano no Ensino Médio do CEC. Tenho a honra de ser sua professora de Literatura Brasileira. Foi amor à primeira vista. A cada dia, uma surpresa boa se revela. Mylena é uma atleta de tênis de mesa que nos representa dentro e fora do país. Nada é obstáculo para ela. Sempre disposta e com um brilho único no olhar, participa de todas as competições de peito e CORAÇÃO abertos.


“Disputar os Jogos Paralímpicos do Rio em 2016, sabendo que tem concorrentes fortes, parece um sonho distante para uma garota de 15 anos. Apenas parece.



 A mesa-tenista Mylena Andrade Cordeiro, de Ribeirão Pires, sabe que este é apenas mais um obstáculo em sua curta, mas vitoriosa carreira. Há cinco anos competindo no tênis de mesa, hoje  na categoria juvenil, ela é dona de simplesmente 38 medalhas, primeira colocada no ranking da classe 5 e vai disputar o PARAPAN - AMERICANO da modalidade, em outubro, em BUENOS AIRES (Argentina). 
  http://www.dgabc.com.br/Noticia/482316/rio-2016-nao-sai-da-cabeca-de-mesa-tenista-de-ribeirao-pires?referencia=buscas-lista (acesso em 10/10/2013). Aos poucos, ela conquistou não somente medalhas, mas também o respeito  e a admiração de todos que a cercam.

 Há mais uma pessoa que preciso apresentar. Sua mãe: Shirlei Cordeiro. Uma mulher admirável. Arrisco afirmar que é esse amor todo (TÃO VISÍVEL A OLHO NU, pois basta ver o brilho nos olhos das duas para vê-lo transbordar) que faz da Mylena o que ela é: forte; guerreira; incansável e disciplinada nos seus treinos; uma filha preciosa; uma amiga leal (tenho o privilégio de sentir isso na pele) e um a adolescente linda, adorável, com sonhos, desejos muitas conquistas por fazer e muitos amores por viver. A propósito, Mylena possui um dos maiores bens que um ser humano pode ter: uma linda família, da qual sempre fala com muito amor e carinho.


Para nós, do Colégio Euclides da Cunha, foi uma honra prestar-lhe uma singela homenagem de despedida para seu desafio na ARGENTINA. Através da iniciativa da Professora Roseli Belo e da Coordenação do Colégio Maria Alice Camargo, nós, professores e alunos nos despedimos dela nesta linda manhã de quarta feira ensolarada com muita alegria e emoção.

Assim, em nome de TODOS O SPROFESSORES, FUNCIONÁRIOS E ALUNOS do Colégio Euclides da Cunha, tenho o prazer de desejar o melhor a ela. Sorte não, pois se há uma coisa em que não acredito é “sorte”. Acredito em “FAZER POR MERECER”. E isso Mylena aprendeu desde bem cedo.   Estamos com você Mylena. SEMPRE!



(...) Dias depois...

Aconteceu o que todos esperávamos, pois Mylena SEMPRE faz por merecer. Ela conquistou A MEDALHA DE OURO!!! Em nome de todos agradeço aqueles que torceram  e a Deus por presenciarmos sua VITÓRIA!!! Parabéns Mylena!!!

COMENTE!